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25 de julho de 2015

Renato Borghetti é tema de biografia


Pré-venda do livro escrito pelo jornalista Márcio Pinheiro abre neste sábado

Por: Alexandre Lucchese
25/07/2015 - 04h03min
Renato Borghetti é tema de biografia Júlio Cordeiro/Agencia RBS
 
Renato Borghetti manteve diálogo constante com o biógrafo Márcio Pinheiro ao longo da pesquisa para o livro Foto: Júlio Cordeiro / Agencia RBS
Virtuose de um instrumento até há pouco raro e inusual (a gaita-ponto), compositor muito identificado com a música regional e autor de álbuns exclusivamente instrumentais, Renato Borghetti poderia ser encarado como a antítese de um astro pop. No entanto, foi com essas características que o músico porto-alegrense se tornou um fenômeno popular capaz de arrebatar grandes plateias, colecionar discos de ouro, ganhar o respeito de mestres do música instrumental e excursionar por palcos de diferentes países.
A partir do próximo mês, os passos que levaram o gaiteiro ao sucesso poderão ser conhecidos pelo público com a biografia Esse Tal de Borghettinho, com pré-venda iniciada neste sábado, exclusivamente no site da editora Belas Letras. O livro estará nas livrarias a partir de 5 de agosto. Já no dia 27 do mesmo mês, haverá sessão de autógrafos na Saraiva do Praia de Belas em Porto Alegre.
Em vídeo, Renato Borhetti toca músicas importantes de sua carreira:
A ideia de desvendar a história do homem geralmente oculto atrás da gaita e do chapéu partiu do publisher Gustavo Guertler, que fez o primeiro contato com o músico depois de um show em Flores da Cunha, em 2013. Borghetti ficou surpreso:
– Até perguntei: "Mas tens certeza de que vale a pena escrever isso?" – conta o instrumentista, em tom de piada.
Renato e o irmão Marcos Borghetti, que administra sua carreira desde os primeiros passos, escolheram como biógrafo o jornalista Márcio Pinheiro, que acompanha o músico em diferentes projetos há quase uma década.
– Participei da elaboração de roteiros e entrevistas para DVDs do Renato, entre outras iniciativas. Já tinha um material muito bom comigo – afirma Pinheiro.
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A pesquisa durou cerca de um ano, tempo no qual o jornalista esteve em contato com quase uma centena de fontes e manteve diálogo constante com o biografado. Foram desde longas conversas regadas a cerveja no sítio do músico até rápidas trocas de mensagem pelo celular.
Se a participação de Borghetti na pesquisa acabou por afugentar algum tema polêmico – não há grandes momentos de tensão ao longo da narrativa –, o leitor não poderá saber. Mas a proximidade com o músico trouxe importantes contribuições para o livro. Basta folhear o volume para perceber que o instrumentista não poupou esforços para desencavar fotos de seu baú de recordações. Além de ricamente ilustrado, Esse Tal de Borghettinho revela detalhes do processo de composição de importantes temas do gaiteiro, bem como da gravação de seus discos. Embora secundária na narrativa, a vida amorosa e familiar está presente, abordando inclusive episódios como o fim do primeiro casamento.
Mas é na música que o livro de Márcio Pinheiro se destaca. Além do primeiro capítulo ser uma aula sobre a gaita-ponto, instrumento que estava entrando em desuso até Borghetti começar a empunhá-lo em shows e festivais, o autor contextualiza o rápido sucesso do músico dentro de um movimento cultural que ocorria no Rio Grande do Sul, chamado por Pinheiro de "neonativismo". Tratava-se de um circuito de bares, restaurantes, CTGs e festivais frequentados por grandes plateias, principalmente por jovens urbanos. É nesses palcos que o instrumentista começa a brilhar. Sua figura, que combinava bombacha e chapéu com camisetas leves e claras, diferente das camisas escuras que costumavam acompanhar o traje, ajudou a cativar o público – seu primeiro disco, lançado em 1984, vendeu 100 mil cópias em quatro meses.
O movimento não escapou aos olhos dos tradicionalistas mais conhecidos. No livro, Barbosa Lessa é retratado como um dos principais incentivadores de Borghetti, ainda guri.
– Ele me levava para tocar com os adultos, mas eu não me enturmava com o pessoal mais velho. Ia meio a cabresto _ lembra o gaiteiro. – Cheguei a dizer: "Tio Lessa, não quero ser profissional". Depois que tanta coisa boa aconteceu, ele olhava para mim e ria: "E tu, guri, não queria virar profissional, hein?".
ESSE TAL DE BORGHETTINHO
De Márcio Pinheiro
Biografia, 256 páginas, Belas Letras, R$ 69,90 (capa dura), R$ 44,90 (brochura).
Pré -venda em belasletras.com.br, com distribuição a partir de 5 de agosto.
Veja momentos da vida de Renato Borghetti narrados em Esse Tal de Boghettinho