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17 de janeiro de 2013

Poesia Feminina na América Latina | Venezuela


 
Ana Enriqueta Terán é uma poeta venezuelana nascida em Valera, no ano de 1918. Escreveu uma das obras mais densas e estimulantes da poesia atual em seu país. Sua figura ficou conhecida através da maestria com a qual utiliza a métrica e a versificação. Suas obras são marcadas pelo trabalho da palavra, pela forma que utiliza a linguagem, construindo de maneira sólida seus artíficios verbais. Suas poesias estão repletas de melancolia pausada, paixão retida, sensualidade serena e nobre. Toda sua obra está reunida no livro Casa de Hablas (1991).

Confere os versos da poeta:

Bocanada de vacío

Apariencia de mesa servida.

Sobre manteles inauditos, platos/
copas voraces, señalando hambre final. Hambre inmensa como bocanada de vacío. Alas sin enredo posible en aire inmóvil. ¿Acaso, costumbre de inquietud frente al vaso sagrado?


Sombras menores
Deslices, suaves aromas incursos en espacios novísimos, apuntalados por años y gestos imperfectos a través de aligerarse/,mandar.
Cubrir piel con tatuajes de buen decir, porque se dice, se nombran plumajes pulidos por la intemperie. Pero están, edad, despego y este sabor de morir a trocitos.
Ida Gramcko é uma poeta, ensaísta, dramaturga, contista e jornalista venezuelana. Nasceu em Puerto Cabello, no ano de 1924. Ganhou seu primeiro prêmio de poesia aos 13 anos. Em 1977 recebeu o Prêmio Nacional de Literatura tendo recebido antes o Prêmio José Rafael Pocaterra em poesia em 1961.

O poeta Alfredo Silva Estrada no prólogo de suas Obras Escolhidas (1988) descreve a autora: "Esta artesã exuberante, esta arquiteta da linguagem, esta tecedora ágil trença e destrença conceitos, pensamentos, sentenças, definições, imagens, metáforas, símbolos, integrando discursos insólitamente ritmados, contruções únicas dentro do panorama da nossa mais alta poesia" (...). " A poesia de Ida Gramcko supõe, fiel a sua fundamentação conceitual, uma violência sobre a realidade, sobre a ilusão das aparências". A escritora faleceu em 1994 em Caracas.

Confere um pouquinho dos versos:

La unidad del llanto

Esto soy todavía:

un sosiego turbado por las lagrimas.
Esto fui: una pupila
húmeda, abierta, y ávida.
Esto he de ser: el llanto, mientras viva.
Un erguido sollozo me levanta,
me hace andar en las cumbres, me encamina
hacia la azul montaña.
Y allí está la sonrisa
como una flor salvaje que me aguarda.
Veré la blanca flor y será mía,
¡mía!, y tendré llorando que arrancarla
del fondo de mi ser, pequeña y tibia,
de lo alto de lo cumbre, pura y blanca.
¡Mía! Y el llanto surca mis mejillas
para que yo merezca su fragancia.

*

Recuérdate, palabra,
como eres, como estás, pulcra y redonda,
no el agua mas en agua y tras el agua
y con el agua sin más pie ni alfombra.

*

Para construir la sola cosa pura

hay que ser ella y resistir en ella.
Estar a solas con su espera oscura...
¡Los cinco pinos duelen de la estrella!
Gestándola, y no sólo en la cintura,
más vientre y voluntad no hagan querella
que si aquel dice: lego su criatura
aquella le responde: si destella
que no basta el dolor si no procura
algo distinto a su cantada huella.