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16 de janeiro de 2013

Poesia Feminina na América Latina | Peru


 
Blanca Varela
Blanca Leonor Varela Gonzáles nasceu em Lima, no dia 10 de agosto de 1926. É considerada como uma das vozes poéticas mais importantes da atualidade na América Latina. Começou seus estudos na Universidade Nacional Mayor de San Marcos na capital peruana, onde começou, em 1943, seus estudos na área de Letras. A partir de 1947 começou a colaborar na revista Las Moradas que dirigia em Westphalen. Em 1949, se mudou a Paris, onde entraria em contato com a vida artística e literária do momento. O escritor Octavio Paz foi uma figura determinante em sua carreira literária, ele a apresentou a todos os intelectuais latino-americanos e espanhóis radicados na França. Deste período datam sua amizade com Sartre, Simone de Beauvoir, Henri Michaux, Alberto Giacometti, Léger, Tamayo e Carlos Martínez Rivas, entre outros. Em 1962 volta a Lima para estabelecerse definitivamente, ainda viaja com frequencia para os EUA, Espanha e França.

Suas obras foram traduzidas ao alemão, francês, inglês, italiano, português e russo. Diferente de outros escritores, Blanca Varela não costumava dar entrevistas e suas aparições em público sempre foram escassas. Foi condecorada com a Medalha de Honra pelo Instituto Nacional de Cultura no Peru. Faleceu no dia 12 de março de 2009 em Lima, aos 82 anos.
Confere os versos da poeta:

digamos que ganaste la carrera
y que el premio
era otra carrera
que no bebiste el vino de la victoria
sino tu propia sal
que jamás escuchaste vítores
sino ladridos de perros
y que tu sombra
tu propia sombra
fue tu única
y desleal competidora.
A media voz
la lentitud es belleza
copio estas líneas ajenas
respiro
acepto la luz
bajo el aire ralo de noviembre
bajo la hierba
sin color
bajo el cielo cascado
y gris
acepto el duelo y la fiesta
no he llegado
no llegaré jamás
en el centro de todo
esta el poema intacto
sol ineludible
noche sin volver la cabeza
merodeo su luz
su sombra animal
de palabras
husmeo su esplendor
su huella
sus restos
todo para decir
que alguna vez
estuve atenta
desarmada

sola casi

en la muerte
casi en el fuego