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29 de janeiro de 2013

Fórum Social Temático debate a realidade da bicicleta

Foto: Thalles Campos/Divulgação PMPA
Até abril, Porto Alegre terá 40 estações e 400 bicicletas públicas
Até abril, Porto Alegre terá 40 estações e 400 bicicletas públicas
Humanizar o espaço público, racionalizando o número de veículos e ampliando o acesso e a circulação de bicicletas. Essa é a meta de diversas cidades brasileiras, alinhadas à tendência mundial. Algumas delas estiveram representadas na tarde desta terça-feira, 29, no Fórum Social Temático (FST), realizado no auditório do Ministério Público.

O tema era “A Consolidação da Bicicleta na Mobilidade Urbana – desafios e soluções para inserir a bicicleta como meio de transporte." O debate foi mediado pelo jornalista Poti Campos e contou com a abertura do diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, que comentou sobre a mudança cultural que Porto Alegre está apresentando. “Estamos em um momento muito importante. Onde a bicicleta está tendo visibilidade e está começando a se inserir como meio de transporte, não só de lazer”, comentou. Cappellari também falou sobre o sucesso das bicicletas públicas, que contabilizam mais de 50 mil viagens. “É um dos fatores que estão contribuindo para essa mudança cultural. Até abril, teremos o total de 40 estações e 400 bicicletas públicas espalhadas na cidade”, concluiu.

O debate seguiu com João Fontini Albano, doutor em Sistema de Transporte e Logística e professor da Ufrgs. Albano citou que, segundo estudos da universidade, em 10 anos, o Brasil terá mais de 40 milhões de veículos. “Organizar toda essa frota será o maior desafio. E, com certeza, a bicicleta deve ser uma alternativa a ser levada em conta, assim como a qualificação do transporte público”.

O arquiteto e urbanista da Secretaria de Gestão e Mobilidade de Pelotas/RS, Guto King, comentou que a experiência de Porto Alegre serve de parâmetro para o trabalho que é realizado em sua cidade. “Estamos acompanhando o exemplo da Capital para desenvolver as nossas ciclovias. Pelotas é uma cidade histórica e queremos que a bicicleta faça parte da rotina do trânsito. Também estamos avaliando ações como as bicicletas públicas”, declarou.

Maria Lúcia Navarro, gerente do Programa Cicloviário da Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, contextualizou a história da bicicleta na vida dos cariocas. “Iniciamos as ciclovias depois da ECO-92 e tivemos muita resistência da sociedade. Hoje, possuímos toda a orla com ciclovias”.

O diretor técnico da empresa Serttel, Peter Cabral, foi convidado para falar sobre as bicicletas públicas em Porto Alegre e no Brasil. Cabral comentou que, junto da instalação das estações e disponibilização das bicicletas, as cidades acabam conquistando mais adeptos. “Onde há esse sistema, aumenta consideravelmente o número de ciclistas. Trazendo mais qualidade de vida à população e contribuindo para uma melhor mobilidade urbana”.

Para encerrar o evento, a arquiteta holandesa, Renee Nycolaas, relatou a experiência do país, reconhecido como a Capital Mundial das Bicicletas, onde elas têm uma forte presença no trânsito e no dia-a-dia das pessoas. Renee citou que 84% da população do país possui bicicleta, realizando 33% do total de viagens, incluindo veículos automotores e transporte público. “O uso da bicicleta iniciou-se no pós-Guerra e intensificou-se nos anos 70, com a crise do petróleo e o excesso de acidentes de carro”, disse.

Outra curiosidade do país é que, como os ciclistas são maioria, segundo Renee, o comportamento de alguns se assemelha com o dos maus motoristas brasileiros, que não respeitam o restante das pessoas no trânsito. A arquiteta holandesa também demonstrou sua visão de Porto Alegre. “Na Holanda, a geografia plana contribui muito para as ciclovias. Aqui pode ser mais complicado para adaptar as ciclovias, mas fiquei surpresa ao conhecer a realidade da cidade e perceber que a cultura está mudando”, finalizou.



/forumsocial
Texto de: Lucas Barroso
Edição de: Gilmar Martins
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.